O primeiro amor

Em casa, Juscelino Kubitschek de Oliveira se prepara para a cerimônia em que ele tomará posse da presidência da república. Ele e sua mulher, Sarah, dirigem-se ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, sede do poder do país, e vêem o povo a aplaudi-los pelas ruas. Em seu discurso de posse, que marca o ápice de sua vida, JK recapitula toda sua história até ali. Ele começa pelo seu nascimento, contando como sua mãe, dona Júlia, deu-o à luz. João César, seu pai, caixeiro-viajante, está longe de casa na hora do parto, mas recebe a notícia de que ganhou um filho homem e só falta explodir de felicidade. Depois vem o batismo de JK, que também se lembra de sua mãe dando aula numa escola modesta. A parte triste do relato começa com a lembrança de João César muito doente, com febre e tossindo muito, sendo carregado por caboclos. O pai do futuro presidente morre de tuberculose bem no dia do casamento dos amigos Joaquim e Celeste. Juscelino e Naná, sua irmã e melhor amiga, acompanham da janela o funeral do pai. Sem dinheiro, Júlia se muda com os filhos para uma casa mais simples. Mais ou menos na mesma época, a população se apavora com a passagem do cometa Halley, visto como prenúncio do final dos tempos. Mais tarde, Naná se despede do irmão, porque vai estudar num colégio interno. O menino Juscelino, muito pobre, sonha se tornar médico. Ele faz amizade com Alkmim, garoto tão pobre quanto ele. Os dois só se separam quando Juscelino vai para o seminário e Alkmim começa a estudar na escola normal. Três anos depois, Juscelino sai do seminário e estuda sozinho para entrar na faculdade. Apenas uma coisa é capaz de fazê-lo esquecer os livros por alguns instantes: o sorriso de Amália, sua amada. JK se lembra também do coronel Licurgo, homem malévolo que se fazia de defensor da moral, mas que era um demônio. Sua história começa no dia em que ele conhece a jovem Adosinda, que ele transforma em sua amante. Enquanto isso, Maria, a esposa do coronel, lamenta a rejeição do marido, que se recusa a tocá-la, embora ela deseje ter outro filho. A única cria do casal é Zinque, menino assustado que vai para o seminário. Alkmim, o amigo de JK, é o primeiro a descobrir o caso do coronel com Adosinda e cobra ingresso para a molecada ver os dois através de uma fresta na parede da casa dela. É assim que Zinque descobre a infidelidade do pai e se desespera. Maria fica sabendo do caso do marido através de Celeste, sua irmã, e fica muito magoada. Mas Adosinda logo é página virada na vida de Licurgo, porque ele a flagra dançando maxixe com Rolando. A dança é considerada escandalosa para os padrões da época. Juscelino e Alkmim aprendem a ser telegrafistas, com a chegada do trem em Diamantina. A Companhia de Theatro de Lucinda Romão chega à cidade. O Dr. Mata Machado confirma que uma das coristas está com a gripe espanhola. Juscelino ajuda o médico a tratar dos doentes. A epidemia se espalha pela cidade. Maria também fica doente. Licurgo e seus capangas queimam as roupas e objetos das mulheres da companhia, acusando-as de terem trazido a peste para a cidade. Juscelino defende as artistas. Celeste, também doente, pede ao marido, Joaquim, que, se ela morrer, jamais entregue sua filha Salomé para Maria criar.